sábado, 29 de outubro de 2011

Tipos de Claves

As várias claves existem para permitir a escrita para instrumentos musicais ou vozes, que possuem tessituras diferentes, ou seja, alguns são muito mais graves ou agudos do que os outros. Quando se utilizam apenas as cinco linhas e quatro espaços da pauta, só é possível representar nove notas musicais, mas a maior parte dos instrumentos possui uma extensão muito maior, exigindo a utilização de linhas e espaços suplementares acima ou abaixo da pauta.

O uso de até três linhas suplementares acima ou abaixo é praticamente inevitável na maior parte das composições, mas se usarmos muitas linhas suplementares a leitura se torna muito difícil. Ao utilizar claves diferentes podemos fazer com que a maior parte das notas utilizadas pelo instrumento estejam representadas dentro da pauta e que o mínimo de linhas suplementares sejam utilizadas.
Embora já tenham existido muitas claves, só três continuam sendo usadas na notação musical moderna: a clave de sol, a de fá e a de dó.

O desenho das claves sofreu diversas alterações desde sua criação. Em sua forma moderna, uma clave de sol se assemelha a uma letra "S" maiúscula em sua forma cursiva. A de fá se assemelha a um "F" e a de Dó parece um "B" Maiúsculo ou dois "Cs" invertidos, um sobre o outro. A linha indicada pela clave recebe o nome da clave, ou seja, a clave de Sol, define o Sol da oitava 3 (acima do Dó central do piano). A clave de fá define que a linha por ela indicada representará o Fá da oitava 2 e a de do indica o Do-3 (o do central do piano).

                                                       

Clave de sol


A Clave de sol juntamente com a clave de fá na quarta linha é a mais utilizada na música atual. Com a posição mostrada na figura, a nota Sol-3 ocupa a segunda linha de baixo para cima, indicada pelo início do desenho (ponta da linha curva). Em algumas partituras antigas ou para fins de estudo, principalmente na França, esta clave também pode ocupar a primeira linha, permitindo representar uma tessitura ligeiramente mais aguda.
Quando esta clave está na segunda linha, o dó central do piano ocupará a primeira linha suplementar inferior. Por esta razão, esta clave é utilizada para representar a mão direita em instrumentos de teclado. Utilizam esta clave, a maior parte dos instrumentos de madeira(flautas, clarinete, oboé), os metais mais agudos (trompete, trompa, flugelhorn), bem como o violino, o violão e alguns instrumentos de percussão obedientes à série harmônica. As vozes mais agudas (Soprano e Contralto e tenor) também são normalmente escritas em clave de sol.

Clave de fá


Nesta clave, a linha de referência é indicada pelos dois pontos e assume a nota Fá-2. A posição mais frequente é a quarta linha. Com esta configuração, a nota Dó-3 do central do piano ocupa a primeira linha suplementar superior. Por esta razão, costuma-se dizer que a clave de sol começa onde a de fá termina.
Esta clave é utilizada na escrita da mão esquerda dos instrumentos de teclado, instrumentos de registro grave, como o violoncelo, o contrabaixo, o fagote , o trombone e o eufônio em Dó bem como as vozes mais graves (barítono e baixo).
Também é possivel escrever a clave de fá na terceira linha, possibilitando um registro ligeiramente mais agudo. No passado a clave nessa posição mais aguda era utilizada para o barítono, mas seu uso na música atual é raro.

Clave de dó

A nota Dó-3 é indicada pelo centro da figura (o encontro entre os dois Cs invertidos). Originalmente a clave de dó foi criada para representar as vozes humanas. Cada voz era escrita com a clave de dó em uma das linhas. O alto era representado com a clave na terceira linha, o tenor na quarta linha e o mezzo-soprano era representado com a clave de Dó na segunda linha. Este uso se tornou cada vez menos frequente e esta clave foi substituída pelas de sol para as vozes mais agudas e a de fá para as mais graves. Hoje em dia, a posição mais frequente é a mostrada na figura, com o dó na terceira linha, representando uma tessitura média, exatamente entre as de sol e fá. Um dos únicos instrumentos a utilizar esta clave na sua escrita normal é a viola. Esta clave também pode aparecer ocasionalmente em passagens mais agudas do trombone. Seu uso vocal ainda é utilizado quando são utilizadas partituras antigas.

Clave de percussão

 

Esta clave não tem o mesmo uso das demais. Sua utilização não permite determinar a altura das linhas e espaços da pauta. Serve apenas para indicar que a clave será utilizada para representar instrumentos de percussão de altura não determinada, como uma bateria, um tambor ou um conjunto de congas. Neste caso as notas são posicionadas arbitrariamente na pauta, indicando apenas as alturas relativas. Por exemplo em uma bateria, o bumbo pode ser representado na primeira linha por ser o tambor mais grave e um chimbal pode estar em uma das linhas mais altas por se tratar de instrumento mais agudo.
Os instrumentos de percussão afináveis utilizam notação com as claves melódicas. Os tímpanos por exemplo são escritos na clave de fá.




Origem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Clave

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A História do Trombone





De todos os instrumentos da orquestra o trombone foi o primeiro a adquirir a forma que tem hoje. Um relato de festividades em Florença, em 1459, refere que um saltarello foi tocado em pífaros e um trombone. Representações de dois quadros da mesma época provam que se tratava efectivamente de um trombone. Pôr tanto, o trombone apareceu em meados do séc. XV, derivado de modelos graves da trompete pela adição de uma vara deslizante em forma de U. Os exemplares mais antigos preservados até hoje datem de 1551.

Trombone derivado de trompa (que significa trompete, em italiano) através da adição do sufixo aumentativo one; trombone é portanto, etimologicamente, grande trompete. Nos primeiros tempos além de trombone usa-se também (a partir de 1466) o nome sacabuxa, frequentemente sob a designação trompette saqueboute ( literalmente "puxa a ponta"), em inglês abreviada para sackbut.

Os trombones primitivos tinham campanas em forma de funil, o que se manteve até ao séc. XVIII, altura em que se alargaram mais . Também as paredes do tubo eram mais finas nos trombones mais antigos. Mas o mecanismo da vara deslizante hoje usado é o mesmo desde o séc. XV.

No fim do séc. XVI eram construídos trombones em três tamanhos: o alto em Fá2 (em Si1 com a vara toda distendida), o tenor em Si b (em Mi, vara distendida) e o baixo em Mi b, (que atingia o Lá). Deste modo, os três modelos formavam uma escala contínua.
Desde essa altura o trombone tenor é o instrumento-tipo, e qualquer referencia ao trombone sem especificar o modelo refere-se a ele. Desde princípios do séc. XVII há tentativas para construir o modelo contrabaixo, mas tanto este como soprano caíram em desuso, ficando apenas o trio formado pêlos modelos alto, tenor e baixo.

Durante o séc. XIX há tendência para os modelos alto e baixo desaparecerem, mas este abandono é apenas transitório, porque em 1840, na Sinfonia Fúnebre e Triunfal, Berlioz usa os três modelos, e vinte anos mais tarde Wagner junta-lhes o já referido trombone contrabaixo.
Durante o séc. XIX as principais inovações para trombone forem o aparecimento da vara dupla e a aplicação dos pistões. A vara dupla é de certo modo uma reivenção, uma vez que existe um trombone de vara dupla datado de 1612, feito pôr Josbst Schnitzer, de Nuremberga (que faz parte da coleção de instrumentos da universidade de Leipzig.).

A aplicação de pistões só resultou parcialmente no caso do trombone. O timbre de pistões é de menor qualidade que o do trombone de varas, e hoje praticamente só se usa nas bandas.
Além destas inovações surgiram algumas tentativas de criar novos tipos de trombone, hoje meras curiosidades de museu. É o caso do trombone saxomnitonique, criado pôr Adolphe Sax em 1850. Munido de 6 pistões e 7 pavilhões separados este trombone reunia sete instrumentos num só!
Rimsky-Korsakov inventou um trombone de pistões com forma e embocadura de trompete (a trompa contralta em Fá) que usou na sua ópera-ballet Mlada.


Origem:http://www.csr.com.br/trombone3.htm